Mecanismos de monitoramento
Em resumo, os provedores tarifam o acesso a software como serviço por meio de plano de assinaturas ou em função do número de requisições e tarifam plataforma ou infraestrutura como serviço em função do tempo de uso de recursos computacionais. De qualquer forma, os provedores precisam implementar mecanismos de monitoramento de uso dos serviços em nuvem (ERL; PUTTINI; MAHMOOD, 2013). Esses mecanismos servem para contabilizar de forma minuciosa as requisições e tempo de alocação de recursos por parte dos clientes. As informações resultantes são utilizadas principalmente para determinar o valor a ser cobrado de cada cliente, e também servem para análise e otimização da utilização dos recursos.
Em geral, os provedores de computação em nuvem oferecem uma interface web por meio da qual os clientes podem gerenciar o uso dos serviços disponíveis. Essas ferramentas também incluem várias funcionalidades relacionadas com o gerenciamento de custos como: consulta do preço dos serviços utilizados; verificação dos pagamentos já realizados e relatório detalhado de gastos; estimativa das próximas faturas; definição de limites e alerta de gastos. Para isso, os provedores precisam elaborar modelos de tarifação (ERL; PUTTINI; MAHMOOD, 2013). Esses modelos determinam custos unitários para uso dos recursos de TI disponíveis no provedor. O modelo consiste em métricas e custos padronizados que especificam como o custo de um serviço em nuvem deve ser medido e calculado. Não há um padrão comum entre os provedores; as métricas e preços variam muito entre provedores. Alguns provedores possuem taxas variáveis em função da quantidade de recursos alocados, com descontos para grandes volumes de utilização. Por exemplo, a AWS oferece desconto na alocação de instâncias de máquinas virtuais se essa alocação for feita com reserva e pagamento antecipado pelos recursos, ao contrário da alocação sob demanda (AWS, 2019).
Outra variável para determinação do preço é a localização dos recursos. Os grandes provedores possuem diversos datacenters em países diferentes. O preço de uma máquina virtual em um datacenter no Brasil, por exemplo, pode ser diferente do preço de uma máquina virtual em um datacenter no Reino Unido, mesmo que o provedor e a configuração da máquina sejam os mesmos. Essas variações nos preços refletem as diferenças de impostos e custos de equipamentos e recursos humanos nas diferentes regiões de operação dos provedores.
Assimile
Um provedor PaaS não precisa ter sua própria infraestrutura. Ele pode alocar infraestrutura de um provedor IaaS e, sobre essa infraestrutura de terceiro, implantar as plataformas que serão oferecidas como serviço a seus clientes. O mesmo vale para um provedor SaaS. Nesse caso, a aplicação oferecida como serviço pode estar em execução sobre a infraestrutura de outro provedor. O provedor que usa infraestrutura de outro pode optar por duas formas de tarifação: integrada ou separada (ERL; PUTTINI; MAHMOOD, 2013). Na tarifação integrada, os custos da infraestrutura estão embutidos no preço final do serviço. Na tarifação separada, o cliente pode identificar as diferenças de valores de acordo com o provedor de infraestrutura envolvido. Por exemplo, o cliente de um serviço PaaS pode inclusive escolher o provedor de infraestrutura no qual será hospedada a plataforma. Esse é o caso do MongoDB Atlas, um provedor de banco de dados MongoDB como serviço. Os preços de um banco de dados na nuvem dependem do servidor IaaS escolhido pelo cliente, pois o provedor MongoDB Atlas não possui infraestrutura própria. O cliente possui três opções de provedor IaaS para hospedar o banco: AWS, Azure ou Google Cloud. Os preços são estipulados de acordo com o provedor escolhido pelo cliente (MONGODB, 2019).
A tarefa de projetar soluções em nuvem ou de migrar soluções existentes para a nuvem inclui também o planejamento dos custos. Um custo relevante para o cliente de serviços em nuvem são os profissionais necessários, especialistas em computação em nuvem.